Não precisamos atribuir muitos jogos para falarmos do momento que atravessamos. Olhando apenas para a última partida, a vitória contra Columbus por 4-3 conquistada nos SO na noite de sábado em Nashville, 22/02, é o suficiente para entender nosso desempenho.
O gol de Mikael Granlund é oriundo de um grande trabalho defensivo/ofensivo da equipe. (Foto: John Russell/via Getty Images)
Você assisti aos primeiros 20 minutos contra os Blue Jackets, consegue ver um bom hockey praticado por nós. Dominamos as ações, boas jogadas, forte no forecheck, bom trabalho na zona defensiva, conseguimos 2 gols de vantagem com a sensação de que poderíamos mais. Acontece que a inconsistência caminha lado a lado com a equipe, o declínio no segundo período se fez mais uma vez presente e os visitantes viraram a partida sem muito esforço. Não estou tirando o mérito de Columbus, apenas relatando a realidade dos Preds. Sissons fez um ótimo trabalho para empatar o jogo, mas o fato é que não mantemos o mesmo ímpeto ao longo dos 60 minutos, então tivemos que suportar as ações dos Blue Jackets até o fim do OT. Vivemos assim, de pequenos momentos dentro de um jogo, mas isso também mostra que nós podemos, o que intriga a falta de um jogo consciente do início ao fim.
Não temos uma formação ideal, a cada jogo uma disposição, o que me irrita profundamente, desde os tempos de Laviolette. Não sou especialista, longe disso, sou apenas um fã que ama cegamente a franquia da cidade da música e está aqui única e exclusivamente por amor, mas um pouco do que entendo é que não há como você se tornar uma equipe sólida e convicta mudando a formação em cada partida. Eu acredito esse seja o principal fator da nossa inconsistência, de não conseguirmos manter o mesmo desempenho durante os 60 minutos, da falta de suporte aos nossos goleiros, do declínio defensivo, de não formarmos o mínimo de química entre as linhas, mesmo que Hynes ainda não tenha encontrado a equipe que ele deseja e pensa ser melhor para o time, entrar com uma disposição diferente a cada jogo não lhe dará a solidez para praticar um hockey confiante mentalmente.
Hynes distribui o tempo de gelo das linhas praticamente de forma igual para as 4 linhas, adotando também nos 3 pares defensivos. Eu gosto disso, mas quando você tem uma equipe sólida e não quando você ainda está buscando a melhor formação. É notável que Mikael Granlund foi o mais beneficiado pela troca de técnico, ele cresceu demais, tem pontuado, e vive sua melhor fase quanto a produção ofensiva desde que chegou em Nashville, também melhorou consideravelmente na hora de defender; o mesmo vale para o limitadíssimo Colin Blackwell, que apesar de não contribuir o suficiente, tem se esforçado, principalmente nas recuperações, no jogo defensivo, fazendo bom trabalho de borda, bom trabalho no forecheck e entrega na zona defensiva. Como já dito, o gol de Granlund nosso ápice na partida, demonstração de posicionamento defensivo sem afobação, trabalho que implicou na recuperação do puck por Filip Forsberg que partiu em velocidade para a transição, com frieza e consciência para executar o passe no momento exato para Granlund concluir. Vale ressaltar a movimentação inteligente de Granlund na jogada, fundamental para a conclusão ideal de todo trabalho.
Nossas equipes especiais tem sido uma tragédia, não a toa somos o pior PK da liga e um dos piores PP também. A chegada de Dan Lambert criou uma expectativa de melhorarmos esse quesito, até tivemos um bom trabalho de Power Play no início da temporada, mas como tudo em Nashville nos últimos tempos, não mantivemos o mesmo desempenho e vemos agora um sofrimento para capitalizar até mesmo numa oportunidade de 5-on-3. Nosso penalty kill é uma mãe, a facilidade com que os adversários aproveitam a vantagem numérica é impressionante. Mais impressionante ainda foi a estratégia adotada por Hynes ontem, na qual houve momento em que atuamos com 3 defensores no power play, medida incabível quando se tem a vantagem no gelo. As mudanças nas equipes especiais feita por Hynes se mostra totalmente inviável, principalmente no penalty kill. Nós tínhamos até uma certa segurança com Sissons e Watson trabalhando durante a desvantagem, ou pelo menos um prejuízo menor. Agora atuando hora com Granlund e Turris, hora com Granlund e Järnkrok, ás vezes com Watson tem sido um tormento. Pare e repare: Granlund fica totalmente perdido no gelo trabalhando no PK, a base do desespero sem convicção para fazer o trabalho. Järnkrok se esforça mais, mas obviamente não é o ideal. No caso dos defensores, ele adotou Ekholm ao lado de Jarred Tinordi. Tinordi é muito limitado como jogador, ainda que seja um acréscimo físico na nossa defesa, ele além de ser extremamente lento, toda hora deixa espaço no gelo, péssimo na movimentação e marcação, comete inúmeros turnovers, sendo assim, é óbvio que ele não vai contribuir no PK. Todas essas medidas adotadas para as equipes especiais, faz parecer que nem mesmo Hynes se sente seguro quanto ao nosso PP e nosso PK. Ir com 3 defensores na hora do power play só demonstra desconfiança e insegurança, isso é praticamente ir na contramão do básico para esse movimento, simplesmente porque o mais comum é você ver algumas equipes trabalharem com 3 atacantes e apenas um defensor em PP. Vamos um pouco além, e olhemos para o overtime na partida contra Columbus quando também houve momentos em que atuamos com 3 defensores no gelo. Isso mesmo, 3-on-3 e todos no gelo eram defensores, não a toa que não tivemos qualquer ação ofensiva durante os 5 minutos do OT. Claro que isso não foi o tempo todo, mas aconteceu, e o mais comum é ver apenas um defensor atuando nos OTs. Além disso, Roman Josi jogou todos os 5 minutos de OT. Como eu disse, não sou nenhum especialista, mas pra mim é desespero e total insegurança.
Quando você vê às entrevistas após os jogos, ganhando ou não, são as mesmas palavras, as mesmas explicações que vai ao encontro de tudo isso que foi dito, não há convicção. Não acredita? Daremos um exemplo básico:
Hynes após a vitória contra Columbus: "Uma das coisas sobre as quais conversamos foi estar melhor em casa nas noites de sábado e garantir que estivéssemos mentalmente preparados para jogar. É um passo na direção certa, e foi um pouco difícil para nós. Eles estavam descansados, e nós viemos de um Back-to-back, e você pode esperar não jogar bem durante 60 minutos, mas esses são jogos que você precisa ter resistência mental e um esforço completo da equipe. Pensei que fizemos isso na maior parte do tempo. "
Hynes após a derrota para Vancouver: "No 1P, Vancouver foi o melhor time, e acho que não jogamos da maneira que precisamos. No 2P, jogamos muito bem, pensei que tínhamos a oportunidade de empatar o jogo ou conquistar a liderança, mas o goleiro do Canucks, Jacob Markström foi muito bem."
A mesma explicação na derrota ou na vitória: "fomos bem em determinado momento", "poderíamos ter jogado melhor", "não deveria ter sido assim", "não foi um jogo para tal", "o resultado não era pra ser assim", "poderíamos ter marcado mais gols", "temos de estar mentalmente focados". Nunca fomos mal então... Lamentável. Hynes é enfático ao falar da mentalidade, mas para mim é exatamente aí que começa nossos problemas.
Horas antes do jogo contra os Blue Jackets, os Predators negociaram a aquisição do defensor Ben Harpur de Toronto Marlies em troca do winger Miikka Salomäk. Ok, na minha opinião, Salomäki não é um jogador nível NHL, mas o Marlies ganhou nessa troca, ele tem seu valor. Os Admirals não têm problemas defensivos, pelo contrário, são a melhor defesa da AHL e Harpur não é melhor do que os defensores que estão em Milwaukee, poderíamos fazer algo melhor com Salomäki.
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